10 Coisa






1) Cadeirantes fazem sexo – Sim meus caros leitores. Eu também tinha esse tipo de dúvida. O que a falta de informação não nos faz imaginar, não é mesmo? Pois bem, descobri que cadeirantes transam, sentem tesão e gostam de sexo como qualquer pessoa.

2) Cadeirantes dirigem – Nada que a tecnologia não resolva. Carros são máquinas e máquinas podem ser modificadas e adaptadas. Quem dirige com os pés também pode dirigir com as mãos. E é assim que a coisa funciona.

3) Banheiros reservados só devem ser usados por pessoas sem deficiência em casos de muita urgência – Pois é, galerinha, eu era do tipo que adorava usar um banheiro reservado para pessoas com deficiência. Tão grande, tão espaçoso, dá até pra dançar lá dentro! (Sim, eu já fiz isso :P). Mas não foi difícil entender que devemos respeitar a finalidade das cabines maiores e deixá-las livres e limpas para aqueles que mesmo querendo, não conseguem entrar numa cabine menor.

4) Pessoas com deficiência podem ser bastante independentes – Quando conheci o Dado, ele morava com os pais. Meu primeiro pensamento foi: “bom, ele deve precisar de ajuda no dia-a-dia e por isso ainda mora com eles.” Claro que não. As pessoas com deficiência são muito mais independentes do que imaginamos, mais até do que muito “andante” que conhecemos. Não demorou pra sacar que ele só não tinha saído da casa dos pais ainda, por falta de oportunidade.

5) Vagas reservadas são reservadas. Mas não pra mim – Não me lembro de ter estacionado em alguma vaga reservada antes de conhecer o Dado, mas também nunca tinha parado pra pensar que o tamanho e a localização dessas vagas tinha uma razão de ser. Precisam ser largas, pra pessoa conseguir sair do carro com a cadeira de rodas e geralmente estão mais próximas da entrada do estabelecimento, pra que a pessoa não tenha que andar muito. Afinal andar de cadeira de rodas ou mesmo muletas cansa pra caramba. Já experimentou?

6) Pessoas com deficiência usam os mesmos móveis que todo mundo – Sim, caros leitores, cadeirantes costumam passar da cadeira pro sofá, pra cama, pra poltrona. Não é porque eles estão sempre sentados, que não tem vontade de trocar de lugar vez em quando, né?

7) Um cadeirante pode dizer: “Vou andar na praia” – Lembro-me bem da minha reação a primeira vez que escutei o Dado falando: “Vou andar na praia mais tarde”. Achei esquisitíssimo um cadeirante dizer que ia andar. Eu mesma evitava usar essa palavra perto do Dado, como se fosse uma ofensa ou um soco no seu estômago. Bobagem, bobagem! “Andar na praia” é só uma expressão, assim como “Vou dar uma corrida até a padaria” ou “vou a pé para o trabalho”. Não é só porque a pessoa não anda de verdade que precisa começar a usar outras palavras, pra falar sobre ações do nosso cotidiano.

8) Um ou dois degraus podem ser um grande obstáculo – No início do nosso namoro, eu achava uma besteira o Dado não querer ir a algum lugar que tivesse escada. Na minha cabeça era simples: bastava pedir ajuda a algum galalau forte. Com o tempo entendi que pode ser bastante chato, constrangedor e até mesmo perigoso ficar subindo e descendo escada no colo dos outros. Sem falar que é um direito das pessoas com deficiência terem acesso aos lugares. Parei de pensar assim e hoje sou partidária de freqüentar locais acessíveis.

9) Adaptar um banheiro ou mesmo um apartamento é mais simples e mais barato do que parece – É lógico que espaço se faz necessário. Cadeiras de rodas costumam ser um pouco mais largas que uma pessoa e também dificultam algumas manobras. Mas tendo-se o espaço necessário, alargar portas e colocar algumas barras já é o suficiente para se adaptar um lugar. Volta e meia me perguntam quais as adaptações que fizemos no nosso apartamento e explico que foram poucas. Alargamos algumas portas e baixamos cerca de 5 cm a altura de pias e bancadas. Deixar as pias vazadas, sem armários embaixo também ajuda um bocado. O resto fica por conta da altura onde guardamos as coisas nos armários.

10) E por último e talvez mais importante, cadeirantes trabalham, tem vida social, namoram, casam e tem filhos. Ou seja, são pessoas como outras quaisquer, com os mesmo direitos de deveres. O que faz das pessoas com deficiência diferentes, é o olhar da sociedade sobre elas. E é isso que precisamos mudar.

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